foto de andredecourt em 03/03/05

Hoje teremos um post duplo entre esse flog e o Carioca da Gema /tumminelli.

O Roberto publicou hoje a foto do oratório que existia na esquina das ruas Rejente Feijó e Alfandega ( http://ubbibr.fotolog.net/tumminelli/?photo_id=9564088 ) e que também já foi personagem aqui no site ( http://www.rioquepassou.com.br/2004/02/14/1470/  ).
Os oratórios foram instituídos pelo vice governador Luís de Vahia Monteiro o Onça, numa época que a cidade era só ilumidada pela lua.
Cabia aos moradores, ou devotos que faziam orações e rezavam o terço de fronte a eles ao entardecer acender as lamparinas de óleo de baleia e velas que dariam por algumas horas um pouco de luz ao local.
Espertamente o vice governador instituiu que os oratórios fossem colocados nas esquinas ou em trechos dos logradouros mais problemáticos, naquele tempo ainda havia um temor, mais que respeito aos santos e suas imagens.
Na foto vemos o prédio do oratório já em vias de demolição, o estabelcimento comercial já está lacrado, podemos ver inclusive os lacres nas portas e não há mais telhado, os imóveis vizinhos também já estão todos em processo de demolição, o do lado já não possui mais seu seguindo pavimento. Na rua operários trabalham na remoção do calçamento.
O curioso é Malta ter fotografado duas vezes o mesmo imóvel, fica no ar a dúvida, se pretendia-se salvar o oratório, desmontá-lo, ou existiam problemas de indenização com a Cúria.

Comments (25)

Lefla disse em 03/03/05 08:02 …
Não havia problemas com a cúria, André, a maior parte desses oratórios era de natureza privada, pessoas que homenageavam santos. Ainda tem um, mas este da cúria no Beco do Carmo. É bem legal, mas a imagem já foi roubada, o que tem lá é uma coisa de gesso.
andredecourt disse em 03/03/05 08:03 …
No outro post Lefla, eu menciono o oratório da rua do Carmo
fotart disse em 03/03/05 08:06 …
Quer rir…vá ao meu flog!!!
abs
Lefla disse em 03/03/05 08:07 …
Agora eu estava olhando. Será que não tem mais nenhum pela cidade inteira?? Nem em Santa Tereza ou pelos subúrbios? Que coisa… Eu imagino a atmosfera das ruas, escuras, sujas, úmidas e aquelas velas bruxuleantes nos santuários.. Dá uma meda!
brites disse em 03/03/05 08:10 …
Interessantíssima a história! Valeu!
andredecourt disse em 03/03/05 08:13 …
Li em algum lugar que o da rua do Caremo é o último da espécie.
Lefla lembre-se ainda havia os “tigres”, vestidos de couro escuro, correndo iguais uns loucos para faturar algo mais, ou no caso dos não libertos ou de ganho com o medo do açoite do senhor caso este achasse que o negro agiu de corpo mole durante suas tarefas, com uma anfora de restos sanitários precariamente equilibrada da cabeça…..
Devia ser uma maravilha dar de cara com um tigre numa viela dessas…..hepatite na certa !!!
[email protected] disse em 03/03/05 08:33 …
Obrigado pelos esclarecimentos. Ótima foto também aqui. Seu arquivo e o do Roberto são sensacionais. Acho que como sugeriu o “fotart” tudo isto tem que acabar em livro. Num chope ontem, um amigo, espontaneamente, fez os maiores elogios à exposição “Copacabana pelo olhar de seus moradores”.
htpp://ludaol.multiply.com
Rafael Netto disse em 03/03/05 08:42 …
No /tumminelli consta que a demolição (que incluiu o calçamento) foi coisa das reformas de Passos. O que será que foi reformado no local? As ruas, e essa esquina, existem até hoje, no meio da Saara.
Alvaro Gabriel disse em 03/03/05 09:01 …
Não sei se podemos chamar de oratório; nem sei se ele ainda está lá. Mas na Rua Cosme Velho, quase chegando à Ladeira do Ascurra, havia um nicho no muro de pedra com uma imagem de N. Ssenhora Aparecida (ou seria do Carmo?) Eu, que trabalhava por aquelas bandas, todo dia passava ali e via uma cena impressionante. À noitinha, rapazes aí dos seus 20 anos, grandes, cabelo cortado à “mariner”, cara fechada, ajoelhados na calçada, rezando para a santa. Detalhe: todos de terno e gravata. Havia dias que tinha um dois ou três brutamontes ajoelhados. Mas havia dias, acho que dependendo da hora, que havia um verdadeiro pelotão no ato de fé.
Falo pelotão porque um dia, um padre do vizinho São Vicente, me explicou que aqueles “meninos” eram guardiães da honra de Nossa Senhora e se preparavam, até paramilitarmente, para defender a santa até à morte.
Saí daquela conversa pensando: planetinha estranho esse habitado por nós.
[email protected] disse em 03/03/05 09:05 …
Alvaro, devia ser pessoal da TFP (Tradição, Família e Propriedade), que existe até hoje mas fez relativo sucesso há alguns anos (principalmente nos “anos de chumbo”). Era, como você diz, quase um grupo paramilitar, de direita, contrário a todas “novidades” da Igreja (como missa em português, por exemplo).
gerard_3 disse em 03/03/05 09:07 …
Adorei isto…vi lá no TuTU e atá me inspirei…:)))
Bjócas!
De
principioativo disse em 03/03/05 09:36 …
bom dia seu andre!
como sempre dando aula!
abraços
Lefla disse em 03/03/05 09:37 …
Em São Paulo os rapazes da TFP entravam com estandartes na Igreja em que um padre “progressista” (um idiota, vejo hoje, tanto quanto os TFPistas) e ficavam rezando em latim, bem alto, impedindo o sermão de ser ouvido. Eu adorava aquilo, sentia um cheiro de briga no ar, os santos todos nos altares olhando para cima como se dissessem “ai, que saco, por que não ficam todos quietos e nos deixam voltar ao nosso papo…” O mal da religião é pregar. Ficar pregando é uma coisa execrável. Chata. Deveria ser proibido pregar qualquer credo religioso. Aliás, pregar qualquer coisa. Pregação é um porre!!!
Alvaro Gabriel disse em 03/03/05 11:00 …
O lefla tocou num ponto que gosto muito. Digo da necessidade que algumas religiões, filosofias, sistemas políticos precisarem convencer pela verboragia. E como esses nossos flogs transformaram-se em gostosíssimos botecos queria só fazer uma rápida observação. Nada pior que a pregação catequista. Aquela que parte do princípio que só você tem a verdade e o resto afoga-se no obscurantismo. Muito melhor é o jeito exercido pelos nossos amados “fotologueiros” e amados “fotologuistras”, isto é: expõe-se um tema (de preferência interessante) e cada um diz o que pensa e fim de papo. Alguns temas podem até parecer pregação como é o caso das mazelas que acontecem em nossa cidade e em nosso país. Mas o óbvio é tão óbvio que não precisa de pregação.
Quando a realidade é forte ela conquista sem precisar pregar.
Waldenir disse em 03/03/05 11:19 …
Ao que parece, a foto anterior do oratorio(linkada na pagina de hoje)parece ter sido tirada antes,pois a loja ainda esta aparentemente funcionando.Na foto de hoje, ja lacraram para a demolicao.
Ana Clara disse em 03/03/05 12:41 …
Os TFPs,ô gente nojenta!êles ainda vivem nos EUA,são os republicanos retrógrados.
tumminelli disse em 03/03/05 12:50 …
Creio que tem um outro oratorio no Mosteiro de Santo Antonio ali no Largo da Carioca.
andredecourt disse em 03/03/05 13:04 …
Roberto, mas não fica em via pública
mapas disse em 03/03/05 13:14 …
André, como disse lá no Tumminelli, o motivo de parte dos oratórios estar nas esquinas também foi combater o demônio que se alojava nesses pontos. Era uma maneira da Igreja Católica combater o Candomblé e a Umbanda, que têm nas encruzilhadas(esquinas) o campo de trabalho dos Exus e Pombas-Giras. Abraços,
Celso Serqueira
http://fotolog.terra.com.br/mapas
antigos disse em 03/03/05 13:44 …
Ô André… Uma beleza o post duplo.
Realmente eu não conhecia este precário sistema de “iluminação pública”.. Heheh
Uma pena tudo ter ido por terra…
lucia disse em 03/03/05 15:33 …
Tá!
Mas onde estão as esculturas que você gostou???
🙂
fotolomania disse em 03/03/05 16:08 …
A grade é da Fonte Judite, Teresópolis.
Bjs
eduardo bertoni disse em 03/03/05 17:51 …
É a velha história…o homem inventou os deuses para lhes proteger e acreditou tanto neles que até matar em seus nomes é permitido…
Bertoni
http://fotolog.terra.com.br/outromundo
rockrj disse em 03/03/05 20:15 …
Em Tiradentes, tem várias capelas, que só são abertas em determinadas datas…seriam do mesmo tipo?
carolrosachoque disse em 03/03/05 23:04 …
Bem interessante isso dos oratórios!
Bjos