Rua Dias da Rocha, anos 20

foto de andredecourt en 18/01/07

Copacabana, início dos anos 20

Vemos a rua Dias da Rocha em uma foto tirada de uma das casas da rua. A foto mostra detalhes dos jardins e de parte da fachada da melhor casa da rua, projetada pelo arquiteto Paulo Thedim Barreto e de propriedade da família Constante Ramos, dona da antiga chácara que havia no local e que loteava toda a região.
Ao fundo vemos o Morro dos Cabritos, com marcas de extração de granito, usado para a feitura de meio fios e paralelepípedos para o bairro, mas na época essa pedreira já estava desativada e no seu sopé era aberta a Rua Hermenezília, atual 5 de Julho, inicialmente aberta da Rua Constante Ramos até a Raimundo Correia.
Hermenezília era neta de Gardone Constante Ramos e faleceu de doença em 30/10/1911 com apenas 23 anos, seu noivo não suportando a perda da amada se suicidou no dia do enterro, causando grande comoção do bairro e na cidade. Tendo então a família anos depois homenageado-a com o nome da nova rua que estava sendo aberta nas terras da família com seu nome, nome esse que em 1931 foi trocado pelo atual.
Como outros proprietários menores de Copacabana a família Constante Ramos foi abrindo e loteando suas terras juntamente com o grande movimento urbanizador provocado pela Cia de Construções Civis, dona de grande parte do bairro. Coube aos Constante Ramos a abertura de ruas como a própria rua com o nome da família, a Santa Clara, que fazia fronteira com as terras de Felizberto Peixoto no seu trecho superior este só sendo aberto em 1931, a rua Pereira Passos, hoje incorporada a Barata Ribeiro, a 4 de Setembro hoje Pompeu Loureiro como também como trechos da rua Tonelero sem contar com a Dias da Rocha e Raimundo Correia e um trecho da Av. Atlântica. Os Constante Ramos também abriram ruas em conjunto com Guimarães Caipora como a Bolivar, antes nomeada com o seu nome, a Ypanema e a Domingos Ferreira.

Comments (21)

Luiz D’ 18/01/07 8:05 …
E ali, na 2ª casa da Barata Ribeiro(nº 593), após virar a esquina da Dias da Rocha, morava meu avô, desde 1919.
Poucos anos depois, construiu a casa do nº 589, já mostrada no meu “fotolog”.
Posso estar enganado mas esta casa aí de cima sobreviveu até a década de 50 (lembro-me deste muro), já com um enorme jardim na frente, que escondia a casa, quando se olhava da calçada.
Aí pertinho ficava o Jardim de Infância onde estudou o enigmático AG.
http://fotolog.terra.com.br/luizd
Derani 18/01/07 8:37 …
Que diferença… ainda se podia ver os morros!
andredecourt 18/01/07 8:48 …
Luiz, pelo tamanho do terreno e os prédios que existem hoje na rua acredito que essa casa resistiu até o início dos anos 70 ou final dos anos 60, pois o único prédio que tem um grade terreno é um prédio mais novo, recuado e que abriga o Horti-Fruti
edubt 18/01/07 9:01 …
A Nazareno brincou muito nesse jardim aí.
:-)))))))))))))))))))
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AG 18/01/07 12:22 …
Porque será que tiraram o nome da Hermenezília da rua e a transformaram em 5 de julho. Por questões profissionais recentes, sei que 5 de julho foi a data da independência da Venezuela tendo ao cimo do cavalo, Simon Bolívar. Aliás, quando soube disso me lembrei imediatamente da rua.
Mas será que foi isso mesmo ? Ou 5 de julho é a data de uma dessas escaramuças marotas que os militares daqui costumam fazer ?
De qualquer forma, seria muito charmoso para Copacabana ter uma rua com o nome de Hermenezília, (a garotada só ia chmar de Hermê) ainda por cima com uma história de amor digna da Vida Como Ela É do Nelson Rodrigues.
andredecourt 18/01/07 12:37 …
O dia 5 de Julho da rua Álvaro é da revolta do Forte de Copacabana em 1922
Evelyn 18/01/07 12:46 …
A Revolta dos 18?( Siqueira Campos,Julio de Castilhos, entre outros?
Quem foi/é Nazareno?
Mauro_AZ 18/01/07 13:52 …
Como sempre eu chegando tarde demais com intencao de fazer um comentario que ja’ foi feito mais cedo, desta vez pelo ilustre AG. Uma tragedia romantica dessas merecia ter sua lembranca permanentemente registrada atraves do nome da rua. Ou quem sabe ela ocorreu exatamente num 5 de julho?
Aproveito para mandar minhas saudacoes vascainas ao ilustre AG e dizer que continuo morando nos Isteitis, no mesmo lugar de sempre.
AG 18/01/07 16:20 …
Salve, Mauro.
Vou tentar criar um grupo de “Admiradores e Preservadores da Memória de Hermenezília”.
Essa pobre moça merecia mais atenção, carinho e respeito. Trocar uma história bonita como a dela por meia dúzia de destrambelhados que saíram do Forte de Copacabana em busca “sabe-se-lá-de-que” é uma injustiça ao bairro. Lutarei pela volta da 5 de Julho chamar-se Rua da Hermenezília.
E também quero saber o nome do “perpetrador do tresloucado gesto”. Seguindo a trilha de Nélson Rodrigues deveria chamar-se Temístocles.
Ou, quem sabe, Anacleto Peçanha; é melhor.
E Mauro, com licença do nosso amável André, como você deve saber, o Eurico não conseguiu assumir.
Mas em seu lugar “habemos Conca”.
Mauro_AZ 18/01/07 17:41 …
Apoio a luta do ilustre AG. Hermenezilia Ja’! Quem sabe o estacionamento por la’ vai ate’ melhorar e vai ter menos coco^ de cachorro na calcada.
Eu conheco porque os meus ex-sogros moravam (moram, ate’ hoje) na Raimundo, quase na esquina com a Herme. Estacionar la’ era ph* e para andar na calcada tinha que pular amarelinha para nao pisar “de mau jeito”.
Para o nome do inconsolavel noivo suicida, eu sugiro Aderbal. Aderbal Gouveia.
Caro AG, fora do campo o futebol me enoja. Dentro do campo, estou ansioso para ver o maestro Conca y su typica.
Waldenir 18/01/07 17:48 …
Boa noite,André.
E a Evelyn aparecendo aqui e no bar do Luiz.Legal.
Vários pontos de Copacabana trazem lembranças do episódio de 1922,esta é um deles,sem contar a própria Siqueira Campos,a estátua no cruzamento com a Atlântica,monumentos na entrada do Forte,etc.
O morro ao fundo é aquele dos túneis da Toneleiros?
Evelyn 18/01/07 17:59 …
Waldenir
Obrigada pela receptividade!
AG
Comentário no post de ontem complementando o seu.
andredecourt 18/01/07 18:04 …
Exato Waldenir, a 5 de Julho por muitos anos foi a ligação entre a Tonelero e a Pompeu Loureiro
AG 18/01/07 18:17 …
Já tinha lido de manhã, Evelyn.
O Lewgoy era uma comédia em si mesmo. Tinha tiradas de fazer corar um santo de pedra.
E passagens também, como aquela quando, flagrado num quarto de Hotel em Paris, fazendo saliência, não se intimidou e, como estava de pé, apontando o dedo para o alto, como brandisse uma espada napoleônica, berrou:
– Vive la diference !
A pena é que, já no fim da vida o Lewgoy já estava um pouco ranzinza demais; se fosse possível ser mais ranzinza do que ele já era.
Mas, tenha em boa nota: era um excelente sujeito, excelente ator, e excelente amigo de quem era amigo.
jban 18/01/07 21:47 …
Aderbal Gouveia era maio irmão de Hilário e Gouveia.
AG 18/01/07 22:19 …
Valeu !