Av. Alfred Agache, anos 50

andredecourt's Foto von 28.05.07

Av. Alfred Agache, hoje Praça Marechal Âncora, dec. de 50

Nossa foto de hoje mostra um tecido urbano muito modificado, no qual dos prédios que aparecem na foto só dois sobrevivem, o mais antigo e o mais moderno.
Ela mostra a região do Calabouço nos anos 50, antes da construção do Perimetral, onde com modificações o urbanismo ainda era o criado para Expo de 22.
Em primeiro plano vemos o prédio do Museu Histórico Nacional, situado na antiga Casa do Trem do Arsenal de Guerra, a velha Casa do Trem é mais um dos projetos do homem que deu à cidade importantes marcos coloniais, o Gov. Gomes Freire, o Conde de Bobadela.
O prédio manteve seu uso bélico até o início do séc XX, sendo completamente reformado e modificado para feições neo-coloniais, tendo partes demolidas, principalmente na parte do Arsenal e ganhando um acrescimo de uma grande torre nas ruínas do Forte do Calabouço. Tudo para o velho prédio se transformar no Pavilhão das Grandes Indústrias. Curiosamente dentro do pavilhão o núcleo do MHN foi criado em duas salas, e que com o passar dos anos foi ocupando todo o complexo.
Na foto o prédio ainda está com as características das deformações sofridas na reforma neo-colonial, nos anos 70 praticamente todos os excessos foram retirados, e a fachada prospectada, tendo vários dos elementos coloniais originais surgido e podendo ser restaurados.
Logo atrás do prédio do MHN, vemos o antigo Pavilhão dos Estados, construído para a mesma exposição, e sendo repassado depois para o Ministério da Agricultura, tendo sido burramente demolido na mesma época do Palácio Monroe, na década de 70.
Ao rés do chão, em média distância, vemos a torre de número 1 do Mercado Municipal, demolido poucos anos depois de tirada essa foto, para a passagem do Perimetral, demolição e destruição, pois o mercado era todo em estrutura metálica pré moldada e poderia ter sido no mínimo reconstruído em outro local, ou então o projeto do viaduto ter sido feito de maneira mais inteligente.
No horizonte, vemos fechando a foto o Edifício Estácio de Sá, construído praticamente isolado no meio das ruínas do Bairro da Misericórdia no final dos anos 40, mas só ocupado no início dos anos 50, para abrigar a Prefeitura do Distrito Federal e suas repartições, desalojadas do prédio histórico no Campo de Santana quando da abertura da Av. Pres. Vargas. Mas o prédio nasceu como um caro arremedo, pois Reidy já tinha projetado 3 grandes prefeituras para o Distrito Federal, em vários terrenos hoje abandonados do Centro que foram desapropriados para esse fim, tendo sido nenhum deles executado.
O resultado é que já nos anos 50 o prédio já não conseguia centralizar as repartições municipais que se espalhavam pela cidade. Com a fusão o prédio passou para o Governo do Estado e hoje como o resto da máquina estadual é uma quase ruína, um mafuá do serviço público, que abriga desde PG’s da Procuradoria do Estado, Núcleos da Defensoria Pública e entidades assitenciais ainda do tempo dos “inhos” passando por repartições da Fazenda. Por muitos anos o prédio figurou no rol dos prédios mais perigosos em risco de incêndio e evacuação pelo Corpo de Bombeiros.
A rua onde o caminhão passa não existe mais, transformada num jardim nos anos 70, hoje é uma praça gradeada.

Comments (9)

angemon 28.05.07 09:30 …
belíssima foto!
…ver certos prédios fantásticos demolidos a troco de nada, revolta , não?
bjs e bom dia!
Lefla 28.05.07 09:41 …
A cidade gradeada.
caucaia1 28.05.07 10:20 …
Grades!
Derani 28.05.07 10:47 …
Devia ter sido proibido modificar qualquer coisa no centro a partir de 1940. Depois disso só estragaram tudo.
André Costa 28.05.07 12:09 …
mais um angulo para se observar detalhes, muito bom.
http://www.flickr.com/photos/8264320@N04/
Rafael Netto 28.05.07 19:33 …
Dá a impressão que a foto foi tirada já de cima da rampa da Perimetral. Logo atrás do caminhão está o portão do museu.
Essas alterações neocoloniais no MHN ainda sobrevivem no trecho virado pro terreno do Detran, será que foram preservadas de propósito?
jban 28.05.07 20:47 …
O pobre bairro da Misericórdia foi destruído, praticamente varrido do mapa sem dá nem piedade. O que sobrou foram restos aqui e acolá. Um prédio, um beco, um pedaço de ladeira, um pedaço de rua. Que Carma !!!!
gilberto negreiros 28.05.07 23:19 …
Amigos, no MHN ainda existe um calabouço, que devia ser a pisão do forte. Uma escadaria leva até o fundo, onde não se vê mais nada depois que a porta é fechada. Coitado de quem passou por lá.

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