O Brasil vai à guerra

foto de andredecourt em 07/08/07

O Brasil vai à Guerra

Enquanto o a Europa se destruía numa sangrenta guerra o Brasil estava à margem do conflito, e o pior Vargas se inclinava facilmente aos encantos do Fascismo e do Nacional Socialismo, pois o Estado Novo não deixava de ser um regime totalitário. Mas ao mesmo tempo mantinha o diálogo aberto com Inglaterra e estados Unidos, numa política de caftem.
Mas as ações da frota de U-Boats do Atlântico começou a causar abalos na relação Brasil-Eixo, com vários navios afundados ao longo de 1940 e 41, pois acreditava-se que os brasileiros vendiam matérias primas aos americanos, mas mantínhamos relações diplomáticas e até mesmo comerciais com os países do eixo, como pode-se comprovar pela existência de várias casas bancárias Alemãs e Italianas no Brasil, as quais se suspeitava de forte lavagem de dinheiro sujo da guerra. Que remete a interessante história do ouro alemão retirado por uma passagem secreta do Banco Transatlântico Alemão e do Navio Wakama, afundado por ingleses entre Búzios e Rio das Ostras, aparentemente carregando este ouro
Mas o ano de 1942, produziu uma reviravolta no namoro de Vargas com seus colegas totalitários, e iniciou indiretamente o inexorável fim do Estado Novo. Com a entrada dos EUA nas Guerra a situação do Brasil ficou muito delicada no cenário mundial, principalmente após a Reunião Interamericana dos Chanceleres, feita no Brasil, onde todos os países dos três continentes se comprometeram a ajudar os EUA em seu esforço de guerra. Mas Vargas não rompeu de imediato com eixo, para chantegear os EUA a reequiparem as forças armadas brasileiras, ainda com equipamentos franceses, ingleses e alemães da Primeira Guerra.
Mas conseguida essa negociação o Brasil rompeu relações com o Eixo, e seus navios passaram a ser alvos dos implacáveis U-Boats , em menos de 7 meses 19 navios mercantes do Brasil foram afundados e isso começou a fomentar uma enorme onda de protestos, principalmente no Rio.
Passeatas, manifestações exaltadas e até quebra-quebras contra propriedades de alemães, notadamente estabelecimentos comerciais deram a tônica da polarização dos sentimentos anti-eixo num país que até pouco tempo tinha o movimento integralista, mandava comunistas para Hitler e ainda tinha uma polícia política o famigerado DIP. Todos os estrangeiros dos países do eixo eram suspeitos de serem membros da “Quinta Coluna”.
Nossa imagem mostra uma das manifestações que ocorreram pela cidade, o lugar é a Av. Rio Branco na altura da Cinelândia, do outro lado da rua vemos o prédio da Biblioteca Nacional.
Podemos ver que em 1942 a Av. Rio Branco ainda tinha canteiro central, que seria retirado em pouco tempo, pois no dia da vitória dos aliados as manifestações já se realizavam em uma Rio Branco como conhecemos hoje.
Em Agosto de 1942 o Brasil finalmente declarava guerra ao Eixo e a vida no Rio já complicada pela carência de várias matérias primas desde 1940, cada vez mais raras, se modificou profundamente, até black-out’s tivemos, qual era um medo de uma ataque dos canhões dos U-Boats nas praias oceânicas da cidade.

Comments (8)

luiz_o disse em 07/08/07 10:50 …
Por que já não se fazem passeatas políticas assim?
derani disse em 07/08/07 10:56 …
Com certeza, era o pessoal da U.N.E. aí na passeata…
Os estudantes eram muito atuantes naquele tempo, em causas realmente relevantes.
jban disse em 07/08/07 11:23 …
òtima informação, como sempre. Minha sogra morava na Vieira Souto na época e me contou várias histórias do black-out, de como as luzes das casa, dos postes, faróis de carros e até mesmo das bicicletas tinham que estar de acordo com as normas baixadas durante a guerra.
Os alemães e Itaianos sofreram. Alguns de meus familiares e amigos da família foram perseguidos pela rua e viveram alguns sobressaltos.
triunfodapintura disse em 07/08/07 14:40 …
Fotojornalismo. Bom, muito bom.
halfredcovas disse em 07/08/07 16:11 …
d� para iniciar a s�rie “bares cariocas que trocaram de nome mas ainda vendem a boa e velha salsicha alem�
tumminelli disse em 07/08/07 17:50 …
Eu postei essa foto uma vez quando fiz uma série sobre a FEB.
:-))
jason_1900 disse em 07/08/07 18:35 …
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse “V” que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.