Trecho incial da Av. Pres. Vargas

Mantendo o tópico dos dois post´s anteriores continuamos, com essa interessante foto aérea do início dos anos 50, obtida de uma das primeiras edições da Manchete; falando sobre a consolidação urbanística da Av. pres. Vargas no único trecho que ela foi bem sucedida.
Nossa imagem mostra a avenida no período das duas nossas outras duas imagens anteriores, primeiros anos da década de 50. A larga Avenida ainda briga com a cidade velha, a qual ela foi inserida de maneira pouco suave, o que era demonstrado por trechos de seu traçado e pelos seus dois extremos. Tanto na orla como perto da Praça da Bandeira, onde ela terminava abruptamente, respectivamente nos prédios da velha Alfândega e Cais dos Mineiros ou na estreita Ponte dos Marinheiros, algo que não acontecia com a Av. Rio Branco, pois junto a ela foi executado um plano muito mais extenso.
A imagem é clara ao mostrar o contraste dos prédios novos que surgiam na parte mais interessante e valorizada para a construção civil com o tecido urbano velho, não só nos lotes imediatamente posteriores ao da nova via como os fora da área de interesse na própria avenida, notadamente após a Rua Uruguaiana.
Para uma melhor apreciação serão colocados dois detalhamentos da imagem.

No primeiro vemos o fim abrupto da avenida junto aos prédios da velha Alfândega e cais dos Mineiros, onde a larga via se encotrava com os prédios do Rio Colonial  resultando num contra-senso.
Alinhado com a torre direita da Candelária vemos a Alfândega, na época Segundo tribunal do Juri e hoje Casa França Brasil, que como podemos ver estaria na alça de mira da nova avenida, talvez não sendo demolida por ficar contígua com a área de marinha e nos anos 50, durante a construção do perimetral poupada pela ausência de prédios públicos disponíveis para abrigar o tribunal.
Vemos também como o prédio mostrado em destaque na Quarta se projetava parta a avenida.

No nosso segundo detalhamento mostramos a esquina coma Rua Uruguaina,  temos o prédio de 10 andares feito possivelmente no final dos anos 30 obdecento o PA da Rua Gal. Câmara, a densa arborização imaginada por Passos 50 anos antes, que contrasta com a árida avenida projetada por Vargas e Henrique Dodsworth, e todo o conjunto de sobrados, que se manteve em péssimo estado até o início dos anos 70, quando  esses dois quarteirôes  foram abaixo para a construção da estação Uruguaiana do Metrô e cuja a área abriga hoje um dos maiores absurdos de nossa cidade, o Camelôdromo que não oferece nada de bom à cidade formal, apenas contrabando, sonegação de impostos, economia informal, pirataria e uma fortíssima decadência urbana.

10 comentários em “Trecho incial da Av. Pres. Vargas”

  1. O camelódromo, além do aspecto deprimente e decadente que impõe à cidade, ainda por cima é um fracasso como proejto, pois foi construído para liberar o resto do centro dos camelôs, principalmente os que se estabeleciam à Rua Uruguaiana e, ao final, ocuparam ele e continuaram espalhados pela cidade.

  2. Por incrível que pareça, tirando o Camelódromo e a região da Alfândega, a área mudou muito pouco nos últimos 50 anos.
    Nunca havia me tocado desse início abrupto da Pres. Vargas. De fato, a via litorânea só foi aberta com a Perimetral, a avenida Agache foi feita junto com o elevado. Essa região em frente à Candelária era semelhante ao que é hoje a Marechal Câmara.
    Quanto ao Camelódromo, trata-se de uma favela comercial, e como tal merecia um “favela bairro”. Não precisaria deixar de ser o que é, apenas ser abrigado em construções decentes na mesma área, que poderiam reproduzir externamente o aspecto dos antigos sobrados. E por dentro, o “comércio popular” seria abrigado em um espaço arejado, iluminado e organizado como os “shoppings” da região da 25 de Março em São Paulo.
    Por pior que tenha se tornado, o Camelódromo cumpriu sua função. Atualmente o caos se instala apenas em horários e locais específicos, como a Sete de Setembro e os arredores do Av. Central após as 17h. Se não fosse o Camelódromo todo o Centro seria como estes lugares a qualquer hora, inviabilizando completamente a circulação.

    1. O entorno do Camelódromo é um nojo ! Aquilo é a anti-cidade, é o nivelamento por baixo.
      A Perimetral foi uma obra predadora do litoral do Centro da cidade.

  3. Esses prédios da Pres. Vargas são uma aberração, a começar pela dificuldade de acesso com portarias minúsculas e número de elevadores sempre insufucientes.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

1 + 4 =