Av. das Bandeiras (hoje Av. Brasil) no bairro de Guadalupe, década de 50

Por motivos de obras nosso arquivo inédito, bem como os livros e demais materiais de consulta estão indisponíveis, portando faremos um repeteco de posts que foram realizados no fotolog desde o início do “foi um RIO que passou”, quando possível com os textos revisados e enriquecidos. O de hoje, publicado em Maio de 2005.
Vemos obras de duplicação da via e construção de passarela no Bairro de Guadalupe, o pesado investimento feito pelos governos passados na Av. Brasil espelhavam a preocupação desses governos com a criação de uma nova e moderna via de penetração nos subúrbios cariocas bem como uma via que facilitasse a comunicação do Distrito Federal, depois Guanabara com as outras unidades da federação.
Infelizmente não só a avenida, como toda a região suburbana por onde ela passa foi abandonada pelas autoridades, federais, estaduais e municipais, vemos a contínua degradação de uma área outrora nobre, que continha grandes empresas, farto e próspero comércio, pequenas manufaturas em uma região fantasma, abandonada e estrangulada pela ocupação irregular e violência.
Nos últimos 25 anos vimos um processo contínuo de desmonte dos subúrbios cariocas, primeiramente com o pouco caso do governo federal por suas propriedades, normalmente localizadas em pontos chaves e bem situadas, que foram invadidas, depois com a perversidade do governo estadual que não usou seu poder policial para conter as invasões, como contraditoriamente as estimulou, instalando água e luz nessas invasões, e mais posteriormente pelo poder municipal que através da competência pós constituição de 1988 pelo uso do solo urbano pouco faz para conter as contínuas fagocitações do tecido urbano formal pela total ilegalidade como também investe pouco em manutenção e melhoramentos nessa região.
Além disso assitimos, o crescente poder dos políticos assistencialistas, que certamente preferem a população mendigando assistência médica e educacional nos seus “centros sociais” que em equipamentos públicos. Com isso apesar das eternas promessas o equipamento público da região foi sendo paulatinamente abandonado e com investimentos cortados, pois simplesmente podem prejudicar o uso da “massa de manobra” tão eficaz desde o meio dos anos 50, chegando ao escracho do período após a metade dos anos 80.
O resultado é que perdemos para a desordem e o crime organizado, uma grande parte da cidade que poderia estar sendo muito bem usada, por já estar urbanizada e com todos os serviços instalados, se bem que a cada dia que passa esses serviços vão sendo destruídos pelo abandono.