Av. Rio Branco, loja da Companhia Radiotelegráfica Brasileira, anos 20

Nossa foto de hoje foi enviada pelo amigo Paulo Teixeira, garimpada nos arquivos de seu pai, e mostra o prédio de números (originalmente)  69,71,73,75,77, um dos melhores exemplos do que podemos chamar de 1 geração 1/2 da Av. Rio Branco.
Construído para a firma Johann Bernhd Hasenclever & Sohne seguindo o projeto  dos arquitetos Fried & Ekmann, ficava no meio de um dos pontos mais valorizados da avenida, perto da zona bancária e também da alfândega, bolsa de valores e companhias de navegação e comércio exterior. De grande extenção ocupava todos os lotes entre as Ruas de São Pedro e Gal. Câmara, o imóvel tinha grande testada mas pouca profundidade, pois mesmo na decadente cidade colonial esta era uma área extremamente valorizada, sendo demolidos, neste quarteirão de ambos os lados apenas mais 04 prédios a mais do que o suficiente para a abertura na nova Av. Central.
Em algum período dos anos 20 o prédio sofreu uma profunda intervenção, a fachada foi totalmente modificada, com a reforma atingindo até mesmo a localização  das janelas sobre o pórtico de entrada, balanços da fachada nas esquinas e eliminação de vários elementos ecléticos, passando ter forte influência neo-clássica. Além de ganhar mais 03 pavimentos.
Na época ele abrigava possivelmente em algumas salas ou lojas a Companhia Radiotelegráfica Brasileira, o embrião da Radiobrás de hoje. Pelo tipo de atividade da região, com grande atividade mercantil e bancária podemos dizer que ela estava muitíssimo bem localizada, principalmente pela área abrigar diversas empresas e exportação e importação.
Infelizmente ele foi uma das vítimas da construção da Av. Pres. Vargas, sendo um dos últimos prédios a cair, praticamente junto com a igreja de São Pedro e o Paço Municipal, certamente pelo alto valor discutido em sua desapropriação, pois a foto mostra que era um prédio de gabarito.
A foto, além do prédio mostra bons elementos do urbanismo, com os oitis recém plantados, no lugar dos Jambeiros, a modificação dos postes das calçadas, retirando os 05 combustores e colocando-se os dois globos, o elegante sinal de transito, um portentoso Pau Brasil no canteiro central e um dos postes deste  canteiro bem detalhado.
O prédio já foi objeto de dois posts, um em Dezembro de 2005, ainda na sua forma original, pouco tempo depois de aberta a avenida ( http://www.rioquepassou.com.br/2004/12/15/av-rio-branco-esq-com-sao-pedro-inicio-do-sec-xx/ ) e perto de seus últimos dias num post de Janeiro de 2007 ( http://www.rioquepassou.com.br/2007/01/17/4466/ ).
Agradecemos o amigo Paulo Teixeira pelo contato e por partilhar a foto de seu pai.