6/4/2010, um banho de água fria no populismo carioca

Nossa imagem não é nova, muito menos pouco divulgada, mas se encaixa como uma luva ao  caos que vive a cidade nesse 4 de Abril de 2010, caos esse que vem se anuciando há décadas, décadas essas nas quais nossos políticos e administradores passaram se comportando como cigarras de La Fontaine. Cantando, sambando, fazendo um populista oba-oba, sem enfrentar os principais problemas da cidade, aliás muitas vezes os fomentando como é o caso da ocupação de encostas e áreas ribeirinhas e o desmatamento.
O Rio nunca se livrará de enchentes, principalmente nas áreas abaixo ou próximas a quota zero, mas o que vemos assustados, muitos de casa, outros transnoitados presos madrugada a dentro nos rios que as vias viraram, só chegando em casa 12 horas após sair do trabalho. Poderia ter sido minimizado se desde o governo imediato a este ,do temporal de 1966, fizessem seu papel, principalmente na coerção, uma das funções do poder estatal, mais conhecido como “poder de polícia”.
A ocupação das encostas provoca o carreamento de sedimentos, lixo, e material de construção ilegal, para as galerias pluviais, leitos de rios e canais nas áreas baixas, provocando o caos e no caso de precipitações fortes o extravasamento das caixas desses corpos  hídricos por horas, como podemos ver nas imagens de rios como o Berquó e o Banana Podre em Botafogo, Macacos no JB, Trapicheiros da Tijuca e dos corpos lagunares da Baixada de Jacarepaguá.
Para piorar tivemos a comprovação que convênios com instituições que beiram o charlatanismo e que dizem  controlar o tempo,  são apenas mostra da disídia administrativa que vem acomentendo essa cidade primordialmente após 1982. Se tragédia não houve antes não foi porque algum cacique levou a chuva para outro lugar, mas sim um fator chamado de natureza. Que agora mandou seu recado, amargo, de quem é que manda no pedaço.
Não temos ainda idéia da verdadeira escala do desastre, quantas pessoas morreram, e quantas encostas deslizaram. Aparecerão ainda os tragados pelos rios e canais, durante a madrugada que começarão a ser só contabilizados no final do dia, quando familiares descobrirem a anormalidade da falta de contato.
De tom irônico podemos apontar o nosso agourento presidente e sua estranha candidata, que estão na cidade para “inaugurar” mais uma daquelas obras populistas, que mantém as pessoas em locais inadequados, só fazendo maquiagem para eleitor desavisado ver.
Hoje tivemos um recado da cidade, que poderá mandar outro, mais forte, como foi em 1967……
 
Atualização: já sabemos que o índice pluviométrico até o meio da tarde já ultrapassou a marca de 1966, ou seja, o que esse site vem avisando há uns 07 anos finalmente chegou. Os castelos de areia com siglas pomposas estão mostrando o que são na realidade, favelas atendidas por programas populistas desabam e matam, e até mesmo nosso presidente fala de ocupação irregular. Será apenas pelo susto ????
São 15:45 o a tarde cinzenta vai virando noite rapidamente, vem mais água por aí….