Feira de Amostras, vista parcial

Para deleite de todos temos hoje uma raríssima imagem de parte da Feira de Amostras, com a grife Ferreira Júnior.
A foto mostra a parte da feira que continha os maiores pavilhões, aqueles com as cúpulas que algumas vezes vimos em diversas imagens, a distância, como nesta da construção das pistas do SDU ( http://www.rioquepassou.com.br/2006/04/03/terraplanagem-do-sdu-e-telhados-da-feira-de-amostras/ ).
As cássias e palmeiras já bem crescidas juntamente com os postes oriundos da Expo de 22 nos indicam estarmos em alguma via antes utilizada pelo outro evento que usou esta região da cidade, tudo leva a crer que seja a parte desaparecida da Av. das Nações da Expo de 22, que se alinhava na frente do Pavilhão de Festas e mantinha o eixo até se encontrar com a parte ainda existente da avenida hoje conhecida como Av. Pres. Wilson. A via que vemos chegando pela esquerda, com as duas cúpulas prateadas a grosso modo poderíamos falar que ela está num traçado muito próximo a atual Mal. Câmara.
É impressionante observar com tal nitidez os grandes pavilhões de forte inspiração déco, misturados com outros menores de arquitetura diversa, como o pequeno chalé normando. O bar no extremo esquerdo da imagem parece vindo de alguma estação hidromineral de Minas, mais precisamente São Lorenço, e nos letreiros vemos um bem grande de “Bebam Hidrolitol” e na direita um de “sorveteria”. Infelizmente tanto os escritos do pequeno furgão de entregas como do chalé normando, bem como do grande galpão à frente esteja ilegíveis.
O total desaparecimento de qualquer vestígio da Feira de Amostras ao longo dos anos 50 e 60 é mais impressionante que o desaparecimento de vários pavilhões das Expos de 1908 e 1922, onde pelo menos alguns pavilhões sobreviveram até hoje. A Feira de Amostras foi riscada do mapa possivelmente tendo seus últimos pavilhões sumido com a conecção do Aterro com o sistema da Perimetral, no meio da década de 60.
Para os detalhistas os postes da Expo de 22 usavam as bases dos postes da Av. Rio Branco com um arranjo que simulava antigos lampiões, as luminárias podem ser vistas hoje nos postes do jardins do Clube Caiçaras, por de cima de postes franceses de tamanho médio, tudo indica que as luminárias vieram daí, pois não eram do padrão da Cia de Gás da época do império.
Agradecemos ao Sidney Paredes essa importantíssima imagem feita por seu padrinho, inédita !