Edifícios do Poder Judiciário do DF, anos 50

Na nossa foto de hoje vemos 3 prédios que eram ocupados por órgãos do poder judiciário na época do Distrito Federal, sendo subordinados a justiça distrital.
Na esquerda vemos o prédio  então ocupado pelo Foro Criminal, construído originalmente para ser sede do Clube Naval em 1868, com a construção da nova sede na Av. Central o prédio passou a servir a armada em diversas funções, entre elas o Almirantado, com a ampliação do Primeiro Distrito Naval, nos anos 30 o prédio passou ao poder judiciário, até o início dos anos 70, quando foi devolvido novamente a Marinha que ali fez o excelente Museu Naval, reinaugurado em 2001 e que merece uma visita.
O prédio do meio, construído em 1887 com projeto de Bethencourt da Silva para abrigar a Caixa Econômica Federal, foi transferido para o Poder Judicicário já nos anos 50 e abrigou o Pretório, na realidade um apanhado de juizados e servetias que estavam espalhados pela cidade e que foram reunidos no prédio, sem muita adequação. Com a conclusão do Palácio da Justiça no início dos anos 70, o prédio foi passado a PGE-GB em péssimo estado e sofreu durante 3 anos uma extensa reforma e recuperação estrutural. Nos anos 80 o prédio sofreu nova reforma, que modificou elementos de sua fachada acima do aceitável.
Já na direita vemos o enorme ( para época) prédio do Palácio da Justiça, construído em 1928, por cima de uma antiga fábrica de conservas e alimentos. O prédio visava a resolver todos os problemas de espaço do poder judicário distrital com modernas instalações, que em poucos anos se mostraram insuficientes. Com a construção do moderno Palácio da Justiça o prédio continuou abrigando varas criminais, a Defensoria Pública, o I Tribunal do Juri, varas de órfãos, falências e concordatas até os anos 90, quando a Lâmina II do Palácio da Justiça foi concluída finalizando o projeto do prédio depois de mais de 20 anos, e já saturado. O velho prédio continuou funcionando abrigando algumas serventias e o I Tribunal do Juri em instalações já desgastadas, andar em seu elevador era uma loteria se iria ficar preso por falha mecânica ou não. Recentemente o prédio passou por uma longa obra de restauração a abriga o Museu da Justiça, ainda não visitado por mim, mas que pelo visto parece ser bem interessante, num prédio que tem algumas estórias engraçadas dos tempos de estágio.
Na frente o mar de carros estacionados sobre as ruínas do Bairro da Misericórdia por onde antes havia os quarteirões da Rua do Cotovelo, Beco dos Ferreiros e Fidalga e da Travessa da Natividade.
Por fim me pergunto o estado dos processos numa época que eles eram ainda mais morosos num ambiente sem ar-condicionado com as janelas escancaradas o ano todo, pouca coisa deveria sobrar passados alguns anos.