MAM e Skyline Noturno do Centro, com Tempestade, anos 50

Nosso fotógrafo está junto aos antigos hangares do SDU, possivelmente na área hoje ocupada pelo estacionamento rotativo do terminal. Em primeiro plano vemos a água da Guanabara e o litoral irregular e com suas margens tomadas por barracões da construção do prédio que está logo a frente, o Museu de Arte Moderna.
O Aterro ainda carece de um plano definitivo, embora estivesse planejado desde os anos 40. Reidy seu autor desde do início, quando modificou os contornos e os volumes dados pelo Plano Agache, dos anos 20, vinha sofrendo inúmeras pressões, notadamente da especulação imobiliária, para que desvirtuasse sua idéia original, um grande parque ajardinado, com pistas de velocidade, praias e prédios públicos. Mas que na falta do definitivo vinha sendo realizado aos trancos e barrancos de acordo com as necessidades, mais precisamene junto ao Centro, onde havia carência de áreas para eventos, parqueamento de automóveis, novos prédios e uma via alternativa as pistas da Av. Beira Mar, já engarrafadas apartir do Russel.
O MAM, projeto do mesmo Reidy, visava dar pouso definitivo ao sonho de alguns artistas e mecenas que defendiam o novo estilo de arte, e que no início dos anos 50 já ocupavam um sala no prédio do MEC, com o embrião do grande museu. Nomes como o de Guimar Sodré, amiga do meu pai e para quem projetou um grande apartamento no Morro da Viúva, devorado por um incêndio no início dos anos 80, que consumiu uma fortuna em obras de artes, como também em madeira de lei e móveis de primeira qualidade da moderna arquitetura brasileira, fazendo o fogo novamente perseguir Guimar como a tinha perseguido no incêndio de seu sonho maior, na segunda metade dos anos 70.
Após o esqueleto do MAM, vemos o belo conjunto noturno desde pedaço do Centro, a Torre da Mesbla, o topo iluminado em faixa do Hotel Serrador, a cúpula eclética do Monroe, o Ed. Brasília, o Oval da Esso em cima do Ed. Standard, o conjunto déco do Castelo.
E por fim a felecidade do fotógrafo, raios caem ameaçadores vindos da Zona Norte, anuciando um forte temporal de verão, bons tempos da cidade, que apasar das mazelas dos anos 50, era uma cidade que com um pouco de vontade política poderia ter seus vários e graves problemas contornados, como provaram as duas brilhantes administrações do Estado da Guanabara.

9 comentários em “MAM e Skyline Noturno do Centro, com Tempestade, anos 50”

  1. É uma frustração e tanto ver que o Estado da Guanabara, que poderia ter sido fantástico, tenha durado tão pouco.

  2. No final da Av. Rio Branco existia uma agencia de venda de
    passagens da Tap , ficou muitos anos por lá. Ficava no sentido
    de quem ía pro Castelo.

  3. Antes mesmo da criação do Estado da Guanabara, havia o projeto de, com a transferência da capital, fazer a fusão do então Distrito Federal com o Estado do Rio. A mobilização dos cariocas impediu a concretização do projeto naquele momento.
    Com a ditadura, foi mais fácil pôr o projeto em prática com uma canetada. Muitos dizem ter sido uma retaliação à “rebeldia” dos cariocas com relação à “Redentora”.

  4. A ditadura acabou com o estado da Guanabara , pois o Rio era
    a pedra no sapato dos militares , pois tinhamos cultura ,
    força politica , e a necessária oposição ao regime totalitário.
    Então nada melhor que acabar com toda essa força , com
    um decreto e pronto.

  5. Aproveito a imagem (acima) do belo MAM e o skyline do centro da Cidade Maravilhosa para falar de: museus.
    O jornal (edição impressa 25-2-2014) fala em obras no MNBA “para a Copa”. A reclamação no texto é que as reformas no MNBA “só ficarão prontas após os Jogos Olímpicos”!
    Qual será a relação do MNBA com a Copa e/ou Olimpíada? O museu só merece estar em condições em função destes eventos?
    Parodiando o letrista da MPB: Museu para quem precisa de museu. O tal museu MAR, por exemplo, será para sempre o ícone da exploração imobiliária destes anos 10 do século XXI, associado que está com os dois eventos desnecessários para o povo do Rio (além do Porto Maravilha), porém muito bem-vindos para os exploradores da nossa cidade (que vai passando, pouco a pouco, a ser só deles).

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