Incêndio do Ed. Astória – 50 anos – Parte II

Continuamos hoje com a série que conta os 50 anos do incêndio do Ed. Astória, inciada no post passado. Como já mostramos por omissões e negligência de muitos, inclusive das próprias vítimas o fogo se descontrolou transformando o edifício em em uma grande fogueira, bem como deixou dois grupos encurralados nos andares mais altos do prédio, tomados pelo fogo e fumaça.
Un dos grupos ficou preso em uma sala do 20 andar, composto basicamente por funcionários da Art Filmes, possuía 30 pessoas e ficou encurralado em uma sala fronteriça a divisória do Hotel Serrador, com o fogo avançando pelo pavimento eles começaram a usar todas as ferramentas que estavam ao seu dispor, como tesouras, facas, chaves de fenda e um martelo o grupo começou a tentar romper a parede. Do outro lado um hóspede do hotel ouviu os barulhos na parede e teve a felicidade de ligar para a recepção do hotel que haviam batidas em sua parede, rapidamente funcionários do Serrador foram à rua avisar aos bombeiros do ocorrido, que com marretas se dirigiram ao quarto do hotel e começaram a romper a parede, com dificuldade, pois era de alvenaria dupla e tinha uma pequena malha de vergalhões, impossibilitando a passagem dos encurralados.
Passaram então para o quarto do lado, antes ocupado por misses que iriam participar do miss Brasil, na ação uma das colunas d’água do hotel foi rompida, o que praticamente salvou as vítimas do outro lado, poiso fogo já invadia a sala onde estavam presos, diminuindo o calor e evitando o avanço das chamas, nesse ponto da parede divisória fora o cano d’água não havia nenhum elemento que impedisse a passagem das pessoas. Desse grupo todos foram salvos, embora os danos no hotel foram de monta.

Vemos os bombeiros e as miss Paraná num dos elevadores do Hotel Serrador nessa imagem. Segundo consta no auge do salvamento quando os bombeiros entraram em seu quarto a miss deu um piti dizendo que os bombeiros estavam atrapalhando sua ida à praia, o que foi respondido com um jato de mangueira.

 
Mas é do segundo grupo, encurralados em três salas nos 14, 15 e 16 andares do prédio os relatos mais dramáticos. No início dos salvamentos os bombeiros fizeram pontes, usando escadas e cordas do terraço do hotel OK para o 14 andar do Astória, para penetrarem na estrutura e combaterem o fogo de dentro, o que se mostrou praticamente inútil pois a caixa d’água superior já estava vazia e para efetuar o resgate das vítimas.

Embora a ação dos bombeiros fosse a mais eficiente possível naquela situação o pânico tomou conta das pessoas, que se amontoavam nas janelas, causando três óbitos, dois por queda e outro por falha no salvamento, onde o nó da corda  guia que ajudava as pessoas se rompeu de um dos lados, precipitando a queda de uma das moças.


As fotos que veremos a seguir mostram o desespero das pessoas encurraladas pelas chamas, e o desespero de uma moça que tenta uma tábua de salvação impossível movida pelo desespero, que e embora hoje praticamente esquecidas pela mídia por muitos anos repercutiram na memória da cidade





Continuaremos na quarta, onde iremos contar os atos de heroísmo dos bombeiros a as boas ações de muitos durante o incêndio.