Favela do Castelo – anos 50


Essa foto mostra a incipiente Favela do Castelo, que nas ruínas da atabalhoada destruição do Bairro da Misericórdia surgiu no lugar dos antigos sobrados que ficavam nas fraldas do arrasado Morro do Castelo, vemos o traçado da velha rua, a mais antiga na várzea da cidade, delimitada pelos postes de iluminação, paralelepípedos e os trilhos da desativada linha de bonde.
As demolições nesse trecho se inciaram logo após do arruamento da esplanada com a abertura de uma comunicação entre o que seria imaginado para a Av. Alm. Barrosos e a Rua da Misericórida, certamente visando chegar ao litoral e a um imaginado túnel para Niterói. Logo após com o Plano Agache novamente se imaginou novo urbanismo, com a passagem de grandes avenidas, que iam em direção a Porta Monumental do Brasil, sepultando o bairro por todo. Com a queda da República Velha e anos depois com a criação do Plano para a Cidade do Rio de Janeiro ou Plano 100, essa região serviria de passagem para a primeira versão da Av. Perimetral e construção da nova prefeitura do DF, novamente levado em banho maria e modificado.
Nessas indas e vindas trechos do bairro iam sendo arruinados de maneira desconexa, até que nos anos 60 decidiu-se demolir praticamente tudo, desaparecendo o bairro, que por muitos anos virou apenas área para parqueamento de veículos e grande parte engolida pelo prédio do Fórum, ainda longe do monstruoso e duvidoso ( em tempos de processo eletrônico) complexo do TJ-RJ.
Com terrenos devolutos, e uma grande área esvaziada e decadente logicamente os barracos, precários, surgiram no que seria parte do leito da Av. Alm. Barroso, vemos incluside um dos refúgios duplos da primeira urbanização do Castelo, na esquerda da imagem, entre o caminhão e as árvores.
A foto foi tirada do prédio, hoje também desaparecido, do Min. da Agricultura, vemos os fundos do Museu da Imagem do Som e de outro pequeno pavilhão da Expo de 22, que ficava no Beco da Música, que foi demolido nos anos 70.
Ao fundo a sede nova do Jockey em construção, que se arrastou por anos, a praça dos Expedicionários e vários muros de arrimo que marcavam a diferença de quota da velha várzea da cidade e a nova esplanada, essa diferença praticamente desapareceu ( embora exista em mais de 4 metros de diferença) disfarçada pelo prédio do Fórum.