Coreto e bar da Praça Edmundo Rego – anos 50


Nessa foto vemos o bar e o coreto da Praça  Edmundo Rego no Grajaú, no curioso arranjo, bar em baixo e o coreto propriamente dito no piso superior.
A praça de autoria do grande paisagista e urbanista Azevedo Neto, como também a outra praça do bairro a Nobel ( http://www.rioquepassou.com.br/2007/06/04/praca-nobel/ ) fazia um aproveitamento do seu formato circular, com outros vários outros elementos do mesmo formato, como o coreto e dois chafarizes, além de dois pergolatos.
Bares em praças públicas foram expedientes usados desde os criticados Cafés Berrantes do Passeio, no final do séc. XIX, tendo essa ideia ganhado foros mais “civilizados” na Adm. Passos, com instalação de bares e cafés nas praças, sendo o exemplo mais duradouro o bar da Praça Afonso Vizeu, no Alto.
Tudo leva a crer que o coreto foi também projeto de Azevedo Neto, e estava muito à frente do que já existia construído no ano de 1935, data de inauguração da praça. O formato cilíndrico, a delgada marquise superior, os monolíticos pilares em um extremo, sustentando a marquise e abrigando a caixa d’água, e até mesmo as luminárias embutidas eram muito, mas muito moderno. Certamente representando o que a nova ordem tenentista e revolucionária queria mostrar para o país, rompendo em suas obras públicas com o eclético e o neo colonial, bem como estilos exógenos como o normando e o missões, usados com ótimo gosto pelo prefeito Prado Júnior, mas em desacordo com a nova mensagem que se queria passar de um novo Brasil, desvinculado das antigas oligarquias. Nessa época tivemos o uso intensivo do art déco que em pouco tempo flertaria com um proto modernismo.
Mas na época da foto, o coreto, principalmente pelo seu bar, certamente fruto de uma daquelas concessões de espaço público que descambavam pela falta de fiscalização e as confusões administrativas dos últimos anos da PDF criavam mais transtornos à comunidade que benefícios. Logo depois o coreto seria demolido, virando lembrança para os moradores mais antigos e uma incógnita para os mais novos do Grajaú, que aliás era anunciado, na grafia antiga no topo do coreto.
A foto também nos mostra o sistema de iluminação da praça, por postes franceses pequenos dentro da praça e na rua de entorno luminárias padrão Light com o globo GE Novalux em média altura.

10 comentários em “Coreto e bar da Praça Edmundo Rego – anos 50”

  1. Também não sabia deste coreto. A citada Praça Nobel foi palco de uma tragédia no final dos anos 50, envolvendo o médico da seleção brasileira e do Fluminense, o Dr. Nilton Paes Barreto.

    1. Essa não é a Praça Nobel, que é menor e fica entre as ruas Sá Viana e Campinas. Essa é a Edmundo Rego que fica no final da rua Engenheiro Richard e tem o formato elíptico. É a principal do Grajaú.

  2. Bom dia a todos.
    Não sabia nada sobre isso. É uma novidade para mim.
    Nunca gostei de coretos. Sempre achei algo impróprio pois sempre vi os piores exemplos para uso deles.
    Geralmente viram abrigos para mendigos, maconheiros, e toda a sorte que ali se instala.
    No térreo, em alguns, há de um espaço reservado que antigamente era ocupado como uma espécie de guarda tralhas dos Parques e Jardins. Hoje, ocupado pela Comlurb.
    André. Uma pergunta: Esse Coreto Bar apresentado hoje na foto, é proveniente daqueles antigos quiosques que o Pereira Passos combatera no início do século XX?

  3. A Praça Edmundo Rego reúne uma Igreja, uma escola, duas farmácias, dois restaurantes, uma loja de departamentos, uma agência bancária, dois supermercados, uma padaria, uma loteria, e uma papelaria. Tudo isso dentro de sua circunferência. Além disso possui uma cabine da Polícia Militar e é ponto final de várias linhas de ônibus. E aos finais de semana é palco de festivais de Food-Trucks. É um dos poucos locais que reúne quase tudo que se precisa no dia a dia.

  4. Boa noite a todos.
    Quando vi a foto do coreto, logo lembrei do de Marechal Hermes, de autoria do Affonso Reidy, destruído em 1994 e reconstruído em 2011.

  5. Tem gente que adora bagunçar o coreto….Boas informações,mas nunca estive no Grajau.Como disse o Wolf,geralmente os coretos acabam se destinando a outros fins que não o proposto.Penso que um grupo de chorinho em cima e um chopinho gelado no piso ficaria de bom tamanho…

  6. Moro bem perto e frequento todos os dias praticamente. Nunca ouvi falar deste bar-coreto. Acho que está em frente à Igreja.

  7. olá, na revista de arquitetura de 1934 consta que o projeto foi de autoria de benjamin da cunha, pena não ter como mandar a imagem do projeto para vocês

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