Av. Atlântica, circa 1935


Graças a investigação sobre as origens da Praça Sarah Kubitschek podemos precisar com boa precisão a janela de tempo de nossa imagem.
Possivelmente estamos por volta de 1935 ou 36, quando o Edifício Andraus, antigo Glorinha, subia, já na altura da sala de máquinas e e caixa d’água, e da mesma altura de seu vizinho próximo o Ed. Líbano, vistos bem no fundo e no meio da imagem. Ambos seguiam as diretrizes do Plano Agache (sabemos que o Glorinha foi licenciado após a revogação do plano, mas o Líbano possivelmente não) onde além dos prédios mais altos deveriam ficar em centro de terreno e afastados da rua, sendo permitidos nos terrenos menores apenas prédios mais baixos, o Plano Agache, permitia prédios bem altos junto a encostas íngremes que não poderiam ser habitadas.
Na esquerda vemos os gêmeos Quintanilha e Araguaia na esquina com a Rua Francisco Sá, é curioso perceber que as casas baixas eliminavam a perspectiva as esquinas, mal conseguimos perceber a esquina da Rua Souza Lima, só localizada com atenção e contando os lotes. É curioso ver a aparência da casa da antiga embaixada da Áustria (demolida no frenesi olímpico) na sua primitiva forma, mas as grandes janelas estavam já presentes, mas desmistifica a informação que foi construída na forma proto-moderna já em 1927.
No lado direito vemos o Ed. Ferrini tão famoso nos sites do Rio Antigo e demolido criminosamente por volta de 1975.
De resto vemos a bandeira do “banhista” do Posto V, os típicos trajes de banho e barracas da época, a segunda iluminação da Av. Altântica que seria trocada pouco tempo para frente.
A fundo no lado direito da imagem na encosta do Morro do Cantagalo, vemos uma das imagens mais nítidas da pequena pedreira explorada pelos Constante Ramos, nos primórdios do bairro, no trecho hoje ocupado pela Rua 5 de Julho.

5 comentários em “Av. Atlântica, circa 1935”

  1. Se o programa ” O céu é o limite”, com J. Silvestre, voltasse ao ar o Decourt seria candidatíssimo a ganhar o prêmio máximo respondendo sobre Copacabana, seus prédios e seus postes.
    Impressionante!

  2. Se esse era de um típico dia de verão em 1935/36, vemos que nessa época da quantidade de humanos na Terra era bem menor, diferente de hoje em dia com uns 8 bilhões de cabeças no planeta.
    Fico imaginando se não houvesse assassinatos, bala perdida, acidentes de trânsitos, e muitos outros fatores, como estaríamos.
    Hoje, em dia de verão, você nem consegue ver da areia. Só vê barraca e cabeça.

  3. População muito menor, os amigos deviam se avistar na praia à distância. Desse tempo o hábito da minha avó de colocar uma toalha na janela para mandar os filhos saírem da praia para almoçar. Tom Jobim disse certa vez que a altura máxima dos prédios deveria respeitar o tamanho do ser humano, não deveria passar de 6 andares para permitir do último andar reconhecer alguém na rua.

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