"Torturinha" de Seresta 1943

 


Nos dias de hoje é praticamente impossível tomar um chope na Av. Atlântica e até mesmo em bares em ruas internas perto da orla sem ser perturbado pelos “assassinos do samba” ou “torturinhas de pagode” como os desafinados biscateiros e seus cavaquinhos, pandeiros e tambores são chamados por alguns gaiatos.
Mas ao examinarmos as fotos da Revista Life, tiradas na época da política de boa vizinhança na II Guerra, nos deparamos com essas duas imagens. Um grupo de oficiais da marinha americana, é torturado por um trio de seresteiros no deck do bar de um hotel na Praia de Copacabana.
Que corrobora que a prática de chatear quem bebe na orla do bairro é mais antiga que pensamos, e só deve ter sido amortecida pelos anos seguintes ao choque de ordem dos governos da Guanabara.
Dá para ver que os gringos se esforçam para continuar sua conversação enquanto a turma toca e canta alto, tentando ser notada e quiçá gratificada.
O local, do mais puro art-déco possivelmente é o bar do Hotel Luxor, no quarteirão entre as ruas Figueiredo Magalhães e Santa Clara, por ter sido o único hotel com linhas déco na orla do bairro até sua reforma nos anos 70, onde ganhou a fachada de vidro que está lá até os dias de hoje

10 comentários em “"Torturinha" de Seresta 1943”

  1. Com tanta gente indo beber na mesma fonte, isso iria ocorrer. A propósito, consegui chegar às fotos dos anos 70 na Life, mas não tem a identificação específica do lugar fotografado. Vocês mesmos descobrem a identificação dos lugares ou ela está em algum outro lugar do site?

    1. Não sei quanto aos outros mas eu mesmo descubro.
      Aliás a identificação da Life é bastante precária, há fotos do Brasil identificadas como de outros países e vice-versa, datas erradas e erros de grafia como “Bueros Aitis” e “Brazel”.

    2. Augusto, o bom especialista em Rio antigo vai descobrindo aos poucos os locais das fotos não tão óbvias. Mas há muita coisa errada mesmo, Rio como São Paulo, nomes de bairros escrito errado, e até mesmo do país. Mas vamos dar uma colher de chá para os gringos, antes assim do que esse tesouro guardado em algum cofre nos EUA.

  2. Sei que pouca gente verá, já faz mais de dez anos. Mas confirmo, por um antigo postal do Luxor, que a foto é de lá mesmo

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