Terminal Eramos Braga, Castelo, Misericórida

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Essa foto aérea nos mostra em detalhes, no final dos anos 50, início dos 60, uma das regiões que por décadas foi uma das mais mal resolvidas, urbanisticamente, da cidade.
Com a demolição do Castelo, várias abas, longe dos trechos mais interessantes para a contrução de novos edifícios, principalmente os governamentais, foram sendo deixadas de lado, com restos de morros e vias que eram traçadas por suas fraldas e forma desaparecendo paulatinamente. O exemplo mais conhecido é o Bairro da Misericórida, mas a mais incompreensível era a região fronteira a Av. Nilo Peçanha, e aos velhos traçados da Rua de São José e Cotovelo.
Há poucas semanas vimos a Av. Erasmo Braga já aberta convivendo com restos do velho tecido urbano ( http://www.rioquepassou.com.br/2009/04/29/ ), e poucos anos antes a situação era ainda mais impressionante, com a moderna avenida, já com 2 prédios sendo interrompida pela valha Rua Vieira Fazenda, antiga do Cotovelo, a qual compartilhava o traçado.
 

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Na nossa foto de hoje, grande parte da avenida já estava liberada, mas um pedaço de seu traçado, hoje ironicamente desaparecido, ainda era obstruído por restos do morro e de construções de ruas ancestrais. Nessa caso um pequeno apêndice que cruzava da Rua da Quitanda e que deveria chegar  num hipotético entroncamento com a Av. México e Nilo Peçanha.
 

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A Rua de São José, já com um lado arrazado entre Quitanta e a já nova Pres. Antônio Carlos, tinha ganhado um modesto aumento em sua largura, recebendo um tráfego intenso, a Rua da Quitanda já exibia também uma feia cicatriz de um alargamento na marra, alargamento este que estava previsto pelo menos até a Rua Buenos Aires.
 

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Os restos do Bairro da Misericórdia, junto a região das Ruas de D. Manoel, Cotovelo e Beco dos Ferreiros já tinha desaparecido, pelo menos desse ponto de vista. O terreno já estava murado para a construção do novo Fórum. Ao fundo, a região da Praça XV guardava cicatrizes na região da recém desaparecida Rua Clapp, para a passagem do Perimetral, ainda em obras, que nessa fase não tinha causado o desaparecimento total do velho Mercado, embora ele já estivesse condenado.

10 comentários em “Terminal Eramos Braga, Castelo, Misericórida”

  1. Então nesta época a Quitanda já tinha sido alargada. A empena cega onde está desde os anos 80 o mural dos pássaros já estava lá.
    É curioso hoje andar pela Rua da Quitanda e reparar que há vários prédios a partir dos anos 30 feitos com um certo recuo, que nitidamente pretendia retificar a via.
    Eu acho que essa foto, ou alguma parecida, já apareceu num fotolog, mas não tinha sido dissecada assim.

  2. Incrível! Para onde foram transferidas as linhas de ônibus durante a construção do terminal Meneses Cortes? Reparei que o prédio onde funciona a defensoria pública já havia sido construído. Alguém sabe de quando ele é? Aliás, o Fórum está novamente em reforma…

    1. O Edifício Salvador de Sá, foi construído para ser a sede da PDF quando da destruição da prefeitura original pela Pres. Vargas. Mas além de demorar muito tempo para ser terminado já nasceu obsoleto não comportando vários órgãos da administração que tiveram que construir suas sedes, ou então migrar para o anexo do Palácio Guanabara. Com a fusão passou para o estado e constou por vários anos como um dos mais perigosos na lista do Corpo de Bombeiros

  3. Eu me lembro de já ter pegado ônibus nesse terminal !!!!!!!
    Acho até q foi o ” Papa-Fila ” Mal. Hermes- Castelo !!

  4. Andre, eu nunca poderia imaginar que aquele pedaço de chão tão hostil e estranho do centro do Rio fosse assim pelo que me contou acima. Olha, realmente, quem esquece seu passado está condenado a revivê-lo. O espaço compreendido na foto acima ainda hoje é uma bagunça. Só mudou que agora ela se estende 15 andares acima do chão. Impresionante. Mesmo.
    Abraço, Nik.

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