Av. Copacabana, metade dos aos 30

Nossa fantástica foto de hoje foi enviada pelo Carlos Ponce de Leon de Paiva e mostra um dos trechos menos fotografados da Av. Copacabana, o conquistado pela demolição de parte do Morro do Inhangá.
Estamos entre a Rua Inhangá e a futura Rua Fernando Mendes, ainda bloqueada pelas pedras do morro que vemos mais a frente, junto ao Copacabana Palace, e podemos observar um urbanismo improvisado, apesar de a via já estar bem ocupada de imóveis, mas observamos que não há uma rede de águas pluviais, o pavimento é de um improvisado macadame e a iluminação pública não foi instalada onde deveria, no canteiro central, ainda apenas duas linhas de pedras de cantaria, sendo feita de forma precária por poucas luminárias econolite junto a rede elétrica, que nos outros trechos da avenida já era subterrânea desde o início da década.
A abertura destre trecho permitiu a realização do traçado previsto no arruamento do bairro do final do séc. XIX, quando a Cia. de Construções Civis relançou o bairro, depois da aventura da década de 70 do séc. XIX que foi infrutífera, onde a Av. Copacabana teria nesse trecho um traçado diferente, se alinhando com a Gustavo Sampaio de hoje, certamente fugindo das pedreiras do Inhangá, só entrando no alinhamento atual depois da Rua República do Peru. Já no alinhamento definitivo, que chegou nos nossos dias, ela teria o traçado dos dias de hoje, por um motivo que ainda não descobri, pois o primitivo seria o mais lógico.
Com a unificação tivemos a eliminação da Rua Conselheiro Sousa Ferreira, nome esse dado pela prefeitura nos anos 20 ao trecho Leme/Lido da Av. Copacabana, pois certamente os administradores da época julgavam impossível a união dos dois trechos tal como estava previsto nas plantas do bairro.
Por volta de 1937 esse trecho foi finalmente urbanizado de forma definitiva, ganhando galerias de águas pluviais, piso de asfalto e iluminação igual ao resto da via, mais ou menos nessa época a Rua Fernando Mendes começava a ser aberta para no final da década ganhar o uniforme conjunto art-déco utilitarista e streanline que caracteriza a via, pois foi toda construída entre 1936 e 40.

11 comentários em “Av. Copacabana, metade dos aos 30”

  1. Dá a impressão que o Copacabana Palace está no meio do caminho da Av Copacabana, mas é a curva acentuada em frente a Fernando Mendes.
    Estranho a ausencia de trilhos de bonde neste trecho… será porque era novo?

    1. Não havia trilhos neste trecho, pois o ramal do Leme, saindo da estação na praça Malvino Reis (atual Serzedelo Correa), vinha pela Av. N. S. de Copacabana até a rua Inhangá (pouco antes de onde o fotógrafo fez esta foto) e entrava na mesma, seguindo para o Leme pela Barata Ribeiro, Rodolfo Dantas, Ministro Viveiro de Castro e finalmente Gustavo Sampaio.

  2. A Rua Inhangá era o principal caminho, antes da abertura desse trecho. Por isso, a Rua Inhangá até hoje é uma rua bem larga, se for comparada com as demais ruas transversais.
    Essa foto me é extremamente significativa, pois alguns parentes antigos moravam numa dessas casas à esquerda, acho q era onde agora é a Sala Baden Powel e se for aquela casa que parece ter três andares, é a PRIMEIRA VEZ que estou vendo essa casa . Aliás, mentira , porque eu já a vi quando eu tinha menos de 1 ano, quando lá fui levado para me ” mostrarem ” aos parentes …só que…não me lembro direito..rsrs !!
    Luiz D´ : vou aguardar sua foto da Fernando Mendes, quem sabe traga mais detalhes !

  3. Que foto maneira !
    O prédio do Copa, por trás do casario era uma visão pouco conhecida dos que viveram na época, mas hoje muito comum de quem respira Copacabana…

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