Rua da Carioca 1968 – imóveis condenados


Em mais essa foto de cotidiano do Correio da Manhã vemos um pequeno trecho do Rua da Carioca, na realidade do 47 até 55. A foto mostra a liquidação do comércio dos imóveis a partir do 53 até o 75 que estavam condenados a demolição para a passagem da Av. Norte-Sul bem como a área lindeira, que teoricamente não afetaria os imóveis até o 61. Mas possivelmente a intenção do EGB era desaparecer com toda a Rua Gustavo de Lacerda, antigo Beco da Carioca e os imóveis que nesse trecho tinham duas frentes seriam todos demolidos até o prédio de número 49, o Cine Iris, onde o antigo beco termina. Não sei qual seriam os planos para os prédios além do 77, que em tese estavam fora do traçado da Norte-Sul e até hoje estão de pé, ao lado dos restos da atabalhoada abertura da via, hoje com nome de República do Paraguai.
Por algum motivo os prédios do 53, até o 61 resistiram, decadentes sem o charme da foto antiga, mas  a Rua Gustavo de Lacerda teve seu trecho desconectado bloqueado e  ocupado por algum órgão municipal, ficando os imóveis até hoje com as fachadas mudas viradas para esse terreno.
Embora o 53 tenha lambido num incêndio no dia 4 de março de 1969 ( incêndio número 53 ) o imóvel não desabou totalmente, dois pavimentos ainda resistem, embora no prédio de número 55 vemos na divisão dos lotes restos dos pavimentos( link street view ) hoje desaparecidos do prédio, seu imóvel hoje é ocupado pelo restaurante Pilão de Pedra , um dos típicos quilos “de carregação” da Cidade.
Chama atenção o contraste da outrora vibrante Rua da Carioca com a via de hoje, ferida de morte por mais uma das artimanhas imobiliárias da prefeitura de Dudu.

14 comentários em “Rua da Carioca 1968 – imóveis condenados”

  1. A Avenida Norte-Sul é uma excrescência, já que leva do nada para lugar algum, pois termina abruptamente na rua da Carioca fazendo um “cotovelo”. Conheço bastante a região e essa rua Gustavo Lacerda permite apenas a passagem de pedestres, pois o “gelo baiano” impede a “bandalha” de veículos. Não sei o que funciona nos imóveis do beco mas o certo é que estão ocupados. Se essa avenida realmente fosse concluída, seria um verdadeiro “bota abaixo”. Quanto ao atual estado de penúria da Rua da Carioca, este se deve ao bancos e às “ordens religiosas” como as do Carmo e da Ordem Terceira, que junto com a Santa Casa da Misericórdia , com seus aluguéis extorsivos e com a costumeira ganância, foram os responsáveis pelo esvaziamento da região.

    1. Joel os imóveis não são mais de ordens religiosos foram vendidos, sem a devida prioridade aos inquilinos para o banco Oportunity do Daniel Dantas que aumentou em quase 3 vezes os alugueis e vem promovendo um esvaziamento da rua, pois não há renovação de inquilinos, com certeza nos tempos de bolha pretendiam fazer alguma imoralidade imobiliária. Agora com a crise e sem Dudu os planos devem estar em banho maria.

      1. Não é bem assim, pois ainda existem imóveis que pertencem à Ordem Terceira, principalmente aqueles cujo fundo está de costas para o terreno contíguo ao convento. A grande vazante ocorreu do lado oposto.

  2. Não consegui me localizar bem,mas tenho idéia da região.O problema do centro das cidades é que quase todas eles foram abandonados,com a desvalorização dos locais pela falta de investimentos públicos e mesmo privados.Aqui em Vix não é diferente.Imóveis abandonados ao tempo,sujos,pichados e com fiação por todo lado.Um grande espanto!!
    Alfaiataria civil e militar era uma marca até os anos 70.Outro espanto!!

  3. A Rua da Carioca, que começa no Largo da Carioca e termina na Praça Tiradentes, já foi chamada de Rua do Egito, Rua do Piolho, Rua São Francisco da Penitência, Rua São Francisco de Assis e Rua Presidente Wilson.
    Segundo Berger, a princípio simples estrada atravessando um areal, já em 1667 era referida na demarcação da sesmaria doada por Estácio de Sá. O nome Rua da Carioca foi dado em 1848, pois era o caminho dos que iam buscar água no chafariz da Carioca.
    Após várias trocas de nome, de 1879 até 1919, retomou definitivamente o nome atual.

  4. Boa tarde a todos.
    O grande problema do RJ foi deixar a região Central da cidade dominar tudo, sem expandir da cidade para outros ares.
    Sempre achei o cúmulo não ter investido na parte Norte, livrando das favelas, fazendo esse Centro Empresarial, Político, e Governamental crescer para lá também.
    Infelizmente hoje o mundo está mudando e pelo que me parece essa crise do velho comércio de rua não é algo específico do RJ não.
    Nova York está passando por algo similar também.
    Enfim… novos tempos!
    André, essa Avenida Norte e Sul por acaso tinha haver com aquele projeto inicial do Lacerda em acabar com a região da SAARA na construção de um viaduto que ligaria de um ponto a outro no Centro da Cidade?

    1. Isso, a norte/sul ligaria o Aterro a Perimetral. Partindo da Rua da Glória, cortando an Lapa, rasgando o Saara e a Pres. Gargas, furando o Morro da Conceição e terminando num trevo elevado.

      1. Apesar de estarmos no governo militar, certamente não haveria “problemas” com desapropriações, mas o custo seria altíssimo, já que atingiria uma região valorizada. O teatro João Caetano, o Real Gabinete Português de Leitura, e o colégio Pedro II entre outros, estariam no traçado que partiria da Teixeira de Freitas. Dessas “linhas” planejadas, apenas a Vermelha, a Amarela, e uma parte da Verde saíram do papel. Foi uma época profícua para para a mobilidade urbana e que poderia ter sido melhor aproveitada, já que a “coordenação entre os entes federal e estadual era irresistível”. Através dessa coordenação muitas demolições foram realizadas, muitas necessárias mas algumas lamentavelmente desnecessárias e criminosas como a da UFRJ na Praia Vermelha e a do Palácio do Monroe.

    1. Eles querem matar o lado deles da rua, o motivo até imagino, esvaziar todos, derrubar tudo por dentro, mantendo as fachadas e fazer um “office” aproveitando tudo o que é possível das fraldas do morro de Sto. Antônio.

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