Praia de Botafogo – bombeamento da areia


Nossa foto de hoje mostra as obras de bombeamento de areia do fundo da enseada para as amuradas da Park Way, para a criação da nova Praia de Botafogo, que visava substituir a velha praia, desaparecida de vez quando das obras do Túnel do Pasmado e da própria Park Way nos anos 40, quando os restos da pequena praia que circundava a desaparecida Laguna de D. Carlota foram aterrados. Embora grande parte da praia já tivesse sido em muito reduzida já no séc. XIX quando da criação do primeiro arruamento regular da orla com a instalação dos trilhos do bonde e praticamente varrida do mapa nas obras da Av. Beira Mar no governo Passos.
A praia era uma realização do Governo Lacerda, e visava uma maior diversão da população, privada das praias da orla do Centro e Flamengo por causa da construção do Aterro, embora o plano de Lotta e Reidy previa uma praia artificial no novo aterrado.
No início a praia foi muito frequentada, vemos inclusive que na foto, mesmo em obras e de pequeno tamanho já atraia um público considerável, o problema é que a Enseada sempre foi um ótimo porto, com águas calmas e pouca variação de maré, condições essas maravilhosas para o atracamento de barcos, mas que demonstra a baixa renovação de suas águas, o que rima com águas estagnadas e possivelmente poluídas.
Anos antes Agache tinha planejado um canal ligando a Praia Vermelha ao Quadrado da Urca, para tentar minorar a baixíssima renovação das águas da Esnseada, nunca executado.
Por estas características poucos anos após sua inauguração a Praia de Botafogo foi seguidamente apontada como uma das mais poluídas da cidade, e nem sua localização perto da boca da barra, que tanto ajuda sua vizinha Praia Vermelha e até mesmo em algumas ocasiões a prejudicada Praia do Flamengo, resolviam, e ela foi abandonada. Ajudam ainda a baixa frequência, a travessia difícil, onde o pedestre fica entra a cruz das péssimas e ultrapassadas passagens subterrâneas, alagadas, escuras, fétidas e abrigo de marginais, ou a espada das pistas de alta velocidade.
Hoje a Praia de Botafogo é apenas um belo cenário, visto do alto, ou de dentro de veículos em alta velocidade, pouco frequentada até mesmo pelos moradores do bairro.

16 comentários em “Praia de Botafogo – bombeamento da areia”

  1. Em 1965 eu morava em Botafogo e volta e meia passava nessa calçada. Meu pai sequer permitia que eu brincasse na areia, pois segundo ele dizia, era uma praia muito poluída. Era comum ver muitos garotos brincando na areia à tardinha. Meu pai frequentava a Praia do Leme nessa época e muitas vezes íamos a pé ou no 592. Naquele tempo o Leme não tinha “tantos problemas” como atualmente e realmente era bom frequenta-lo. Não sei se essas passagens subterrâneas ainda estão abertas mas quem se arrisca?

  2. Pena o que acontece com a Praia de Botafogo,pois o cenário é muito bonito.Será que não tem remédio?As passagens subterrâneas do bairro poderiam ser qualificadas como grande Espanto!!!!!

    1. Belletti, as coisas mais simples no Brasil se tornam enormes problemas porque ao invés de o poder executivo utilizar o poder discricionário que o Direito lhe confere, prefere utilizar a solução política. Vou dar um “exemplo hipotético”: As passagens subterrâneas de Botafogo poderiam ser fechadas por um ato administrativo de secretaria municipal. Mas a realidade é bem diferente. É preciso “consultar os interesses” de ongs, do político da região, do traficante da área, do partido político que administra o bairro, e até mesmo os interesses dos crackudos que vivem nas passagens. Esse é o “custo Brasil”. O Brasil só voltará a ser um país decente quando for governado por “atos institucionais”. Sem isso, ainda que temporariamente, será muito difícil…

  3. Totalmente inviável seja pela poluição, seja pelo acesso. Só louco utiliza as passagens subterrâneas, sempre sujas e perigosas. E tem que ser louco para atravessar as pistas.

  4. São totalmente inadequadas essas passagens. O mergulhão de Niterói na Marquês do Paraná poderia servir como inspiração para uma revitalização de Botafogo. Niterói deveria servir como exemplo para muitas cidades.

  5. Ao ir para o trabalho nos anos 80, quando o 172 ou 178 demoravam, pegava qualquer outro e saltava na praia. Atravessava a última passagem subterrânea perto do morro da Viúva e pegava na calçada da praia um ônibus que me deixasse perto da praça Mauá. Uma vez a passagem estava com água parada, escorreguei e caí naquela água verde e fétida. Tive que voltar de taxi, trocar de roupa e começar de novo o trajeto. Tempo perdido mais a conta da lavanderia para o terno…

  6. Tenho a certidão de casamento do meu bisavô, de 1923, com endereço Rua Senador Euzebio, 401. Era imigrante da Espanha. Você tem algum documento o que era neste local? Era pensão?
    Grata.

  7. Realmente é muito bonita a paisagem. Quem já foi no terraço do Shopping Praia de Botafogo (antiga Sears) e já viu da paisagem lá de cima, sabe que realmente é bonita.
    Não entendo nada disso e, portanto, não posso comentar sobre essa parte técnica.
    Acredito que tudo na vida há solução, exceto a morte, desde que haja boa vontade do ser humano para tanto.
    Quando se fala em poluição, sempre recordo dos japoneses.
    Na década de 70 a Baía de Tóquio era extremamente poluída.
    De lá para cá, os japoneses conseguiram reverter grande parte do processo.
    Assim também o era em alguns canais e lugares na Coréia do Sul.
    Os sul coreanos conseguiram dar jeito nisso.
    Por incontáveis vezes técnicos japoneses vieram aqui para tentar solucionar do problema da despoluição da Baía de Guanabara.
    A última que me recordo, foi no então mandato do Eduardo Paes como Prefeito, que agora tenta como Governador.
    A ridícula ideia foi criar balsas da Companhia de Limpeza Urbana para ficar recolhendo lixo e só isso.
    Vontade Política realmente é quase tudo, assim como a vontade do povo.
    Por falar nisso, ontem estive assistindo do debate para Governador no Rio no SBT, que aconteceu por volta das 17:45 e foi até umas 19:30 da noite. Lastimável!
    Aí é que vemos como estamos perdidos.
    Bem feito para o povo de M que nós somos!

  8. Wolfgang, o problema é muito mais sério do que imagina. Enquanto o povo japonês se preocupa con a poluição e com fontes de energia não poluentes e o coreano erradicou o analfabetismo, aqui estão preocupados com os “direitos dos quilombolas” se vão ter dinheiro para “encher as fuças” de cachaça ou de maconha, se vão ao jogo do “Framengo”, ou se vai ter churrasco na laje. Como diz um amigo meu, “tendo um povo com esse padrão genético e cultural”, governado por ladrões, querias o que? Uma Dinamarca ou Suécia antárticas?

    1. Joel, o filme Tropa de Elite retrata muito bem como tudo funciona por aqui em duas frases, “Quem quer rir tem que fazer rir” e o “Sistema é F….!”

      1. Se os ilustres comentaristas perceberam, a “esquerda” está reservada ultimamente e quase nada comenta. Seria “falta de assunto” ou resignação prévia pela tempestade vindoura que se avizinha no dia 7 de Outubro?

  9. Viviane Peres,
    Encontrei algumas matérias no site da Biblioteca Nacional usando o endereço que você citou. Isso é só uma amostra.
    Na matéria, citam alguns nomes. Vai que uma dessas pessoas é seu bisavô.
    http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=110523_02&pesq=Rua%20Senador%20Euzebio,%20401
    http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=348970_03&pesq=Rua%20Senador%20Euzebio,%20401
    http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=364568_13&pesq=Rua%20Senador%20Euzebio,%20401

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